quarta-feira, 11 de novembro de 2009

LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA

POR QUE MEU ALUNO NÃO LÊ?

Essa questão explorada neste capítulo, me chamou muita atenção, pelo fato de estar vivenciando essa situação com meus alunos. É o meu primeiro ano nessa escola. Uma Escola Municipal, localizada no interior da cidade de Igrejinha que fica em Solitária Alta.
A grande maioria dos alunos, não tem acesso a jornais, revistas, internet e até mesmo em alguns casos a própria televisão, pois os mesmos não têm o hábito de assistirem Jornal. Quando se informam de alguma notícia, é pelo rádio, onde é o meio de comunicação mais comum entre as famílias.
Percebi a pouca Visão de Mundo dos meus alunos, principalmente nas produções textuais. Então, participando do curso do Gestar II, lendo e trabalhando as atividades e trocando idéias com meus colegas e professor, resolvi focalizar os aspectos relativos ao funcionamento do meu trabalho, nas minhas aulas, onde eu poderia contribuir para a formação de novos leitores.
Lancei um desafio em sala com as perguntas: O que vocês gostariam de ler? Qual o tipo de leitura que mais lhe atrai?
“Para formar leitores, devemos ter paixão pela leitura”(BELLENGER)
Então, em que se baseia a leitura se não for no desejo? É manter uma ligação através do tato, do olhar, até mesmo do ouvido. Ler é também sair transformado de uma experiência de vida.
A atividade tortuosa de decifração de palavras que é chamada de leitura em sala de aula, não tem nada a ver com a atividade prazerosa. Ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não consegue extrair o sentido. Essa é uma boa caracterização da tarefa de ler em sala de aula: para uma grande maioria dos alunos ela é difícil demais, justamente porque ela não faz sentido.
Por isso os textos devem ter uma ‘ENTREGA” um maior envolvimento do professor e deve ser escolhido adequadamente para uma integração do aluno.(BELLENGER). Foi desse jeito que comecei a explorar a leitura. De uma maneira simples, onde cada aluno pudesse escolher o que gostaria de ler. Tive surpresas! Os alunos começaram a se empolgar e o interesse ficou cada vez maior. Alguns gostaram de ler os jornais, outros já preferem as revistas, os gibis, também tiveram bastante leitores, os livros novos foram todos retirados, enfim, sei que lancei uma pequena sementinha na minha escola. Mas, tenho certeza que é justamente essa resistência que está fazendo a diferença.
Hoje, tenho alunos que pedem o jornal da escola para ler, sabem quais revistas a escola tem assinatura, fazem com prazer a leitura de sua escolha, apresentando os elementos da narrativa e suas produções textuais melhoraram significativamente.
É por isso que uma das primeiras barreiras que o professor tem que negociar para poder ensinar a ler é a resistência do próprio aluno.
Aos poucos vou conquistar o amor, dos meus alunos, pela leitura.
Sou uma professora feliz!


OBS: As fotos registradas foram tiradas após o horário de aula, enquanto os alunos aguardavam a chegada do ônibus. (Alunos do 6º, 7º, 8º e 9º ano)







TP 4 - LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA I


Leitura, escrita e cultura

Vamos estudar a relação entre a cultura e os usos sociais e funções da escrita nos contextos em que vivemos e sua importância para o ensino. A escrita possibilita que nossa memória seja modificada e ampliada. Ampliada porque, antes da escrita, para aprendermos e mantermos nossas tradições, tínhamos que decorar as informações, utilizando ritmos, rimas e repetições(redundâncias de palavras, de sentidos, de morfemas e fonemas),tendo como exemplos clássicos os poemas escritos a partir da prática oral de povos.
A memória foi modificada porque, com o advento da escrita, passou a ser utilizada de outras formas. Com a escrita, passamos a ter uma ferramenta que possibilita que registremos os acontecimentos, os eventos, o que não gostaríamos de esquecer, nossos compromissos, anotações de todos os tipos e os guardemos para serem lidos e modificados, posteriormente, por nós ou pelos outros.

Objetivo: Identificar as marcas de letramento e relacionar a escrita com as práticas de cultura local.

Trabalhei com os alunos do 5º ano.


Você lembra, Pai?

Você lembra, Pai quando me ensinou
que as brigas só nos fazem mal.
Destroem com a nossa vida . . .
Esse foi o melhor ensinamento que já tive.
Você me disse que a vida é única e que
devemos preservá-la, sempre!

Você lembra, Pai quando me ensinou a
não me meter nas conversas dos adultos.
A respeitar a opinião dos outros . . .
Disse que devemos ter amor para casar.
Se não for com amor, não dará certo.
Você lembra, pai?

(Gustavo - 6º ano)


Você lembra, Pai?

Você lembra, pai quando arrumei meu
carrinho de lomba?
Dei uma martelada no meu dedo e
você abriu aquele... sorriso zombeteiro.
Mas eu não desisti, do meu carrinho!
Fui para o potreiro e . . . bati num
formigueiro.
Tive que arrumá-lo, tudo de novo!
Coloquei um volante, rodas novas e. . . lá
fui eu com meu carrinho, muito feliz!
Você lembra, pai?

(Daniel – 6º ano)

TP 4 - LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA I

Imagens do dia-a-dia

Pré-leitura

- Conversar com os alunos sobre as imagens cotidianas que muitas vezes passam despercebidas em nossa rotina. Fazê-los pensar desde as primeiras coisas que vêem quando levantam, até detalhes que fazem parte das diferentes paisagens das suas vidas.

- Pedir para os alunos fecharem os olhos e tentar reprisar as seguintes imagens:

COPIAR DO LIVRO.

Pós-leitura

- Os alunos farão uma ilustração dessas imagens cotidianas que acabaram de reprisar, através de um desenho.

Produção textual

- Agora é sua vez ! Vamos escrever o que você acabou de reprisa. Após, os alunos deverão apresentar para o grupo.


LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA



Objetivo:

Identificar as marcas de letramento e relacionar a escrita com as práticas de cultura local.


Trabalhei o Circuito Fechado com os alunos do 5º ano.


Pré-leitura
Interagi com os alunos, com os olhos fechados, reprisando as seguintes imagens:
  • O que você vê a sua volta ao levantar de sua cama?

  • Como é a imagem da sua casa?
  • Como é seu caminho até a escola?


Pós-leitura

  • Leitura individual/silêciosa do texto Circuito Fechado (xerox/ TP4)

Produção Textual

  • Cada aluno escreveu sobre o seu Circuito Fechado, usando somente substantivos e ilustrou através do desenho a mesma estrutura do texto.


Conclusão

  • Fazer com que os alunos pensem sobre as imagens cotidianas que muitas vezes passam despercebidas em nossa rotina, levantam detalhes que fazem parte das diferentes paisagens das suas vidas. Auxiliei o aluno a reconhecer no texto, durante a leitura, as referências ao cotidiano comum dos adultos como: os hábitos de higiene e às atitudes diárias ( levantar, comer, trabalhar, escrever, ler, sair, voltar, etc.) despertando a curiosidade dos alunos durante a leitura. A partir das opiniões dos alunos iniciei a leitura comentada do texto a respeito de quanto essas informações são essencias à compreensão do texto, dada a semelhança das atitudes do personagem com a vida cotidiana de cada um.


Quando fiz a proposta de trabalho sobre esse texto, com os alunos, tive uma ótima aceitação dos mesmos, ja que o texto proporciona lembranças por tratar de um memorial.
A proposta desenvolvida após a leitura individual/silênciosa e os comentários dos alunos quanto ao assunto, propus que os mesmos produzissem um poema que tratasse do mesmo referencial proporcionado pelo texto memorial.
Trabalhei com os alunos do 6º ano.